domingo, 22 de novembro de 2009

Um sentimento em forma de momento...

- Olha, diz-me o que é que se passa contigo hoje - Disse a colega dele ao vê-lo em baixo e com um triste olhar no infinito.
- Não te preocupes. Há dias menos bons, só isso - Respondeu ele.
- Pois, deves pensar que te conheço desde ontem mas tudo bem, compreendo que não queiras falar disso.
Sentia-se com falta de forças para continuar nesta dura conquista rumo á felicidade mútua, sua e de quem gostava. Um sentimento de tristeza e desilusão toldava-lhe o espírito e o coração, e como isso era duro e o deitava abaixo. Via uma situação a arrastar-se por tempo indeterminado e, pela primeira vez em muito tempo, pensou mesmo que não teria o fim desejado. “Meu Deus, por favor ajuda-me” pensou ele inúmeras vezes repetidamente. “Que mal fiz eu para merecer tal castigo? Não aguento mais e as minhas forças estão no fim”. O seu olhar triste fitava os papéis em que trabalhava mas ele não estava realmente a ler os mesmos ou a tentar perceber do que neles se tratava. Estava sim a pensar nela como sempre. Na pessoa por quem ele lutou durante tanto tempo continuamente e que desejava para si. Pensava naquela pessoa que durante essa semana quase não viu a não ser quando lhe foi oferecer flores ao trabalho e quando ela lhe fez uma surpresa no seu trabalho, ao aparecer sem ele esperar. Apesar disso, ele sentia tanto a falta dela, sentia saudades, precisava de a ver, de estar com ela, do seu sorriso, do seu abraço… Ela sabia o motivo porque ele se sentia assim mas sentia-se impotente para mudar isso e fez de tudo para o animar, mas sem resultado. “Ainda bem que hoje é sexta-feira. Saio do trabalho, enfio-me na cama e espero que amanhã me sinta melhor” pensou ele para consigo mesmo. Entre os seus pensamentos e o pouco trabalho que conseguiu fazer , reparou que eram horas de ir jantar. Vestiu o casaco e saiu em direcção ao seu carro.
Depois de descer a rua onde trabalhava e de entrar no carro estacionado uns metros mais abaixo, deu consigo a pensar em ir passar o fim-de-semana a Lisboa com um dos seus melhores amigos mas essa vontade caiu por terra ao pensar que estaria lá a namorada dele e não queria ser inoportuno.
- Alguma coisa se há-de arranjar. - Disse baixinho enquanto um carro atrás dele lhe buzinava por o sinal estar verde e ele não andar.
Entretanto chegou a casa, jantou e sentou-se a ler o jornal diário para se distrair e passear a mente pelas tristes noticias que eram escritas no mesmo. “Isto são só desgraças” pensava ele quando o telemóvel tocou. Nem foi preciso olhar para o mesmo para perceber que era ela quem lhe ligava. Sabia-o pela música que tocava e que tem um título irónico para a situação. “Lucky” era a música que ele lhe atribuíra cada vez que ela lhe ligava. Levantou-se, dirigiu-se para o quintal e atendeu.
Estiveram a falar pouco tempo. Pouco demais, comparado ao que normalmente falavam, cerca de uma hora e três quartos ou duas horas. O “Record” cifrava-se pelas duas horas e dez minutos e que só terminara devido ao cansaço dela e ao facto de se ter que levantar cedo para trabalhar. Ela nesse dia tinha ido á capital com uma colega assistir a uma conferência da área dela e estava a dizer-lhe como tinha corrido, mas pela sua voz, ela reparou que ele não estava bem. Puxou o assunto e ele respondeu-lhe. Falou-lhe da tristeza que existia dentro de si e de qual era o motivo. Disse-lhe o que sentia e o que lhe pairava na mente e no coração. Ela percebeu que estava muito magoado com toda a situação. Depois de falarem muito pouco disse-lhe: - Quando saíres do trabalho diz-me qualquer coisa, se quiseres.
Aquela parte do “se quiseres” atingiu lhe o coração como um raio.
Ele respondeu:
- Quase de certeza que não irei sair, mas se for eu digo-te, fica descansada.
- Ok, fica bem. Tchau - Respondeu ela secamente desligando a chamada.
Ele depois disto, ficou a olhar em seu redor mas com o olhar fixo num ponto ali perto, e com a mente bem longínqua. Estava no quintal de sua casa. Levantou a cabeça, olhou para o céu estrelado, suspirou fundo e voltou para dentro de sua casa para terminar o jantar e voltar ao trabalho.
Eram por volta das 22 horas quando estava a sair, apesar de desde as 21 horas estar despachado mas ter ficado a fazer tempo para adiantar algum trabalho e não sair muito antes da hora habitual. Pensou naquela conversa que tivera com ela durante todo o tempo desde que terminou a chamada. Pensou seriamente em ir para casa e deitar-se com fé que tudo aquilo passasse com o sono, mas não. Resolveu mandar-lhe um SMS para ver o que ela respondia.
“Estou agora a sair do trabalho. Então que estás a fazer?” escreveu ele e enviou.
A resposta chegou pouco tempo depois:
“Estou em casa sentadinha no sofá a ver T.V. Queres vir cá ter?” Nesse momento teve vontade de lhe dizer que não, que iria para casa dormir, como tinha pensado mas… aceitou o convite, não sabe bem porque o fez mas aceitou. Ou será que sabia porque o fez?
Passado alguns momentos, enquanto conduzia, sentiu vontade de declinar o convite e levar avante a vontade que até á momentos tinha como quase certa e até chegou a pegar no telemóvel para lhe mandar uma mensagem a informa-la disso mesmo, mas voltou a colocar o telemóvel no sítio dele e continuou em direcção a casa dela. Ao chegar aquele sítio que já lhe era familiar parou o carro, desligou o motor e pensou: “Ainda estás a tempo. Se não for agora já não há volta a dar”. Aquela enorme tristeza que o assolava não o deixava avançar confiante e ás ordens do sentimento que existia no seu coração e não percebia porque ainda hesitava numa oportunidade de ouro como aquela para estar com a pessoa que gostava mas que tanta tristeza lhe fazia sentir naquele momento. “ Se vim até aqui é porque Deus assim o quer, e eu confio n´Ele”.
Saiu do carro, fechou-o e atravessou o campo relvado de um lado ao outro até chegar á entrada da casa dela. Subiu os degraus, tocou á campainha e esperou. Surgiu uma voz familiar a perguntar:
- Quem é?
Ele respondeu: - Sou eu.
A porta abriu-se e ele entrou. Ao olhar para cima viu-a no cimo das escadas de pijama vestido. Nunca a tinha visto assim vestida de pijama mas gostou e reparou que lhe ficava muito bem.
- Fogo, pregaste-me cá um susto!
- Porquê?
- Porque como estava á espera que me mandasses mensagem quando chegasses, pensei que fosse alguém que vinha cá.
- Não. Sou mesmo eu - Respondeu ele enquanto subia as escadas.
Chegou ao cimo das escadas e cumprimentou-a como era habitual, com dois beijos na face. De seguida dirigiram-se para a sala que já conhecia bem e ele entregou-lhe dois livros e duas cartas que escrevera.
- Está aqui o teu livro que já li e o outro livro que me ofereceste. Eu escrevi uma dedicatória no teu livro. Espero que gostes e não te importes.
- Ah claro que não me importo e ainda bem que escreveste.
- As cartas já sabes como é, só lês mais tarde - Disse ele a reparar na curiosidade que ela transmitia na sua cara.
- Ok - Respondeu ela não muito convencida.
Sentaram-se e começaram a conversar durante algum tempo, um pouco distantes um do outro, de como tinha sido o dia, sobre acontecimentos recentes e novidades de amigos até que…
- Já reparei que hoje não estás nada bem e estás-te a fazer difícil por isso vou ser eu a abraçar-te - Disse ela abraçando-o como era normal depois de várias tentativas para o animar e fazer sorrir.
Nessa altura ela pediu-lhe para ler as cartas, ele disse que não. Ela insistiu e ele voltou a dizer que era melhor não. Ela aí não disse mais nada e ficou em silêncio.
- Como é que queres que eu esteja com esta situação toda assim? - Perguntou ele com a cabeça encostada á dela.
- Pois compreendo-te perfeitamente mas sei que também compreendes a minha parte e que não posso fazer nada. - Respondeu ela enquanto ficava bem encostada a ele.
- Mas compreendes que cada vez é mais difícil aguentar isto tudo quando chega a este ponto em que penso desistir.
- Mas tu já sabias que ia ser assim e sempre te disse isso. Que precisava de tempo. Tu sempre disseste que esperavas por mim. Compreendo que queiras desistir e não te prendo como nunca te prendi a mim. - Disse ela sentindo os braços dele em sua volta. - Pois, não sei. Sabes bem que está a ser muito difícil para mim isto tudo e que também o é para ti.
Após esta resposta dele, fez-se silêncio. Estavam ali os dois, abraçados no sofá, cada um com o seu pensamento e a olhar para a televisão mas sem reparar o que realmente se passava nela.
- Vê lá as cartas então. - Disse ele finalmente para quebrar o gelo.
Ela levantou-se rapidamente e disse:
- Que fixe! Obrigado.
Agarrou nas cartas e começou a olhar para as fotos que vinham com elas.
Sempre que ele lhe entregava alguma carta, a mesma vinha acompanhada de uma ou duas fotos de momentos românticos de casais apaixonados com frases lindíssimas e que ele gostava.
Abriu a primeira carta e começou a ler atenciosamente. Durante o tempo em que esteve a ler esses papéis, ficou tudo novamente em silêncio onde o mesmo só era interrompido com um suspiro ou um riso leve dela. A carta maior tinha quatro páginas e ao chegar ao final ela disse:
- Estou abismada. Está muito bonita. Não sei mais o que dizer porque tenho medo que não diga o suficiente para demonstrar o quanto gostei. Desculpa mas não consigo.
Ele olhou-a e respondeu:
- Ok. Não faz mal não dizeres mais nada. O que interessa realmente é que tenhas gostado.
- Sim sem dúvida que gostei e muito. Obrigado. Gostava muito que tudo isto acontecesse mas compreendes que não é assim tão fácil. - Afirmou ela.
- Não é fácil? Então? Sabes que da minha parte há disponibilidade e vontade total mas da tua parte sei que não é bem assim. - Disse ele.
- Não se trata de vontade ou disponibilidade e muito menos de gostar ou não de ti porque eu gosto muito de ti mas o medo é que não me deixa ir para a frente com isto tudo percebes? - Perguntou ela.
- Medo? Medo de quê quando tens todas as garantias em frente dos teus olhos e tu sabes disso?
- Medo de não gostar de ti tanto como tu gostas de mim, medo de não te retribuir tudo o que me dás e medo de não dar certo e magoar-te muito com isso sendo que tu és a ultima pessoa que merece sofrer. - Enumerou ela enquanto olhava para ele.
- Pois mas como já te disse, penso que esse medo desapareceria com o passar do tempo, da relação e com a ajuda mútua. - Devolveu ele contemplando a beleza dela naquela pose séria.
- Que achas que devemos fazer? - Perguntou ela.
- Não sei. Neste momento não sei. E tu? - Devolveu ele.
Ela não respondeu e ficou a olhar para baixo como se procurasse a resposta no chão. Ficou assim alguns segundos… parada… em silêncio… quando de repente disse com um leve sorriso nos lábios:
- Espera, tive uma ideia. Já volto!
E com isto saiu da sala rapidamente enquanto ele ficou a pensar no que lhe passaria pela cabeça para fazer naquele momento. “Foi fazer alguma das dela” pensou ele com ar resignado. Enquanto esperava que ela aparecesse, ele esteve sempre a pensar na solução que tinha a certeza que era a única que os ajudava a sair daquela situação mas não a partilhou com ela no momento da pergunta por ter medo de estar sempre a pressiona-la nesse sentido. A sua solução era ela aceitar namorar com ele, e tinha a certeza que isso iria ajudar a ultrapassar isso tudo.
Enquanto continuava a pensar nisso e, distraidamente, olhava a televisão, apareceu ela finalmente e vestida normalmente como se fosse sair.
- Vamos, levanta-te e vamos embora. - Disse ela olhando para ele sentado no sofá.
Ele muito admirado disse:
- O quê? Onde vamos?
- Não te posso dizer. Vais ter que confiar em mim. Vamos no teu carro ou no meu? Se formos no teu tenho que ir eu a conduzir. - Insistiu ela.
Ele levantou-se muito espantado e respondeu:
- Ok. Não há problema. Vamos.
Enquanto desciam as escadas e se dirigiam para o carro, ele não conseguia perceber o porquê daquilo tudo e inúmeras perguntas surgiam-lhe na mente. “Onde é que vamos? O que iremos fazer? Porque é que ela está a fazer isto? Não percebo nada e cada vez percebo menos”.
Ao entrarem no carro, abateu-se de súbito um silêncio entre eles. Ele não sabia o que dizer, tal não era o espanto e a admiração de todo aquele momento.
- Vais ter que confiar em mim e a partir de uma altura em que te disser vais fechar os olhos, sim? - Perguntou ela.
- Ok não há problema nenhum. Sabes bem que confio em ti. - Respondeu ele.
- Sim sei perfeitamente disso. Confia em mim e no final vais gostar de certeza apesar de ires dizer que sou louca. - Disse ela entre risinhos de gozo.
Ele também se riu e disse:
- Se tu o dizes, eu confio em ti mas uma coisa vinda de ti, até tenho medo. - Respondeu ele em tom irónico.
Ela percebeu isso mesmo e largou umas gargalhadas.
Passados poucos minutos ela diz:
- Vá é agora. Fecha os olhos.
Ele sem dizer nada, consentiu. Após fazer o que ela lhe pedira sentiu tudo á sua volta andar á roda. Era ela que conduzia o carro ás voltas numa rotunda para o baralhar e desorientar.
- Talvez seja melhor parar senão fico enjoado. - Pediu ele já a sentir umas leves náuseas.
- Já parei. Foi só para te desorientar. - Disse ela entre risos.
- E admito que conseguiste. Onde vamos? - Perguntou ele.
- Não fazes a mínima ideia para onde vamos? - Devolveu ela.
- Não princesa, não faço a mínima. Deixaste-me baralhado. - Respondeu ele.
- Hmm ainda bem. Tens que ter paciência porque ainda é um pouco longe. - Pediu ela.
- Ok. Já sabes que a paciência é o meu nome do meio. - Disse ele.
Á medida que ia vivendo aquele jogo, muitas sensações passaram por si misturadas com os pensamentos sobre onde iria ela levá-lo juntamente com as músicas que iam passando no rádio que, não sabem bem como, eram músicas suas conhecidas e que tinham algo a ver com eles os dois. Seria um prenúncio?
Estava ele envolvido nesta questão ,enquanto ouvia uma das músicas, quando sentiu algo nas suas mãos. Era a mão dela. Quente, suave e meiga que procurava as dele. Aquilo era definitivamente um excelente sinal. Ele acolheu-a, apertou-a suavemente e beijou-a com os seus lábios. Foram indo neste sentimento e estado durante alguns quilómetros até que ela disse:
- Tem calma, estamos quase a chegar mas ainda falta um bocadinho. Não te assustes agora porque a estrada vai ficar pior.
- Está bem mas vai devagar. - Pediu-lhe ele.
A partir daquele momento, sentiu que entrara numa estrada de terra um pouco em mau estado mas não era das piores. Á medida que iam percorrendo aquela estrada, a sua ansiedade crescia e sentia que se aproximava daquilo que ela lhe queria mostrar. – Chegámos. - Disse ela finalmente – Mas não abras os olhos.
- Está bem. Eu não abro e só o farei quando me disseres. - Disse ele.
Nesse momento sentiu o carro a parar. Ouviu ela a abrir a porta e a dizer:
- Espera. Não saias que eu ajudo.
Ele não disse nada, simplesmente sorriu ao ouvir aquilo e sentir a mão dela no braço dele, agarrando-o como se de um cego se tratasse. Foi um pensamento fora do contexto mas teve a sua graça.
- Anda comigo. Eu ajudo-te e guio-te para não tropeçares em nada. - Disse ela. Enquanto ela dizia isto, na rádio começou a tocar uma música que ambos gostavam muito da autoria do artista preferido dele e que ela também apreciava bastante.
- Lindo! - Disse ela aumentando o volume do som de maneira a que se ouvisse perfeitamente a música fora do carro.
Saíram do carro, afastando-se dele ao mesmo tempo que ouviam a música ao fundo. Enquanto andavam, ele de olhos fechados de mão dada com ela, ele pensava onde estaria, enquanto ouvia o som das pedras debaixo dos pés. Não fazia a mínima ideia. Simplesmente sentiu o cheiro a campo. Um aroma fresco a terreno típico do Alentejo que conhece tão bem. Como lhe soube bem tudo isso misturado com o entusiasmo de todo aquele momento, até parece que tudo estava feito com um propósito apesar de ele não fazer ideia de qual. Caminharam até um ponto em que pararam e ela disse:
- Pronto, já chegamos.
Ele simplesmente a sentia á sua frente por ouvir a sua voz e de estar de mão dada com ela.
- Já podes abrir os olhos. - Disse ela com um sorriso nos lábios que, apesar de ele não conseguir ver, percebeu isso pelo tom com que proferiu aquelas palavras que pareciam que abriam a porta de um tesouro, qual Ali-bába a dizer Abre-te sésamo.
Ele assim fez, abriu os olhos e, bastante espantado, olhou á sua volta reconhecendo imediatamente o local para onde ela o tinha conduzido.
- Não acredito. Tu és louca. O que estamos aqui a fazer? - Perguntou ele.
- Gostaste da surpresa? Reconheces o sítio? - Perguntou ela com um sorriso rasgado nos lábios.
Estavam num sítio por si só mágico e que acredita-se que no tempo da pré-história era algo ligado a crenças, astronomia e mitologia. Estavam num conjunto largo de pedras levantadas ao alto, menires pequenos, dispostos de uma maneira ordenada formando um círculo estranho quase parecido a Stonehenge na Inglaterra mas diferente, sob um céu estrelado numa noite fria de Outubro.
- Sim princesa adorei a surpresa e claro que reconheço o sítio, mas porquê? - Perguntou ele espantado e esfregando os olhos para se habituarem á luz.
- Ainda não percebeste porque te trouxe aqui?
- Não princesa, ajuda-me lá a perceber.
Ao dizer isto, ela abraçou-se a ele ficando com a cabeça encostada ao peito dele e disse:
- Lembras-te da última vez que estivemos aqui?
- Sim claro que lembro. Estivemos aqui juntos num passeio de domingo já á algum tempo.
-Exacto. E lembraste o que te confessei depois de termos estado aqui?
- Sim claro, como me poderia esquecer? Disseste-me que nessa vez te deu uma enorme vontade de me beijar mas não o fizeste com medo da minha reacção.
- Exacto. E mesmo assim não estás a perceber porque te trouxe aqui hoje?
- Desculpa mas não princesa. - Respondeu ele com algo a vaguear-lhe na cabeça mas com medo de a dizer por não querer ser precipitado.
Ele pensou que talvez aquela altura seria a que á tanto tempo esperava, a altura do beijo, mas de pronto dizia para si próprio que não era e que não deveria ser precipitado com as coisas porque estava a pensar coisas que não eram. Mas era estranho porque todo o momento, sítio e atitudes levavam a querer que era, mas mesmo assim não arriscou.
- Estou a ouvir o teu coração bater. - Disse ela.
- Ai sim, então e o que é que ele te está a dizer?
- Não sei. Diz-me antes tu.
- Ele está a dizer-te que gosta muito de ti.
- Sim e mais?
- Está a dizer que és tu quem o faz bater assim feliz.
- Sim e que mais?
- Está a dizer que não existe sem ti. - Respondeu ele novamente sem saber onde ela queria chegar, ou talvez soubesse?
Estavam em silêncio quando ela finalmente lhe disse num tom carinhoso:
- É agora estúpido!
Ele finalmente percebera que aquilo que lhe passava na cabeça desde o princípio, era mesmo o que ela pretendia e aí apertou-a de encontro ao seu peito, beijou-a na cabeça, baixou um pouco a boca até junto ao ouvido dela e perguntou-lhe suavemente:
- Queres namorar comigo?
Ela simplesmente levantou a cabeça e respondeu-lhe encostando os seus lábios aos dele num beijo apertado e á muito esperado. Esse beijo demorou algum tempo, o tempo para surgir na mente dele se não estaria a sonhar ou a delirar. Mas o sentir o corpo dela encostado ao seu, o sabor daquele beijo que tardava e o frio da noite que os cobria faziam com que se apercebesse que estava a viver uma realidade que á muito desejava e que finalmente tinha chegado. Mantiveram-se assim juntos, perdidos num mundo e momento perfeitos que pareciam criados apenas para eles os dois, a trocar uns comentários e a sorrirem um para o outro quando foram interrompidos pelos faróis de um carro que se aproximava. Nesse momento dirigiram-se para o carro que continuava ligado e com a música alta e arrancaram.
Nessa noite, após a ter deixado em sua casa, ele ficou acordado até tarde vivendo e revivendo aquele momento especial repetidamente. Fê-lo acordado até o sono e o cansaço o vencer, mas continuou a fazê-lo enquanto sonhava.
Assim que acordou pela manhã, esse momento voltou-lhe á memória e pensou, mais uma vez, se não teria sido um sonho mas rapidamente se lembrou que tinha sido mesmo verdade e tudo acontecera na noite anterior, na data de 30 de Outubro de 2009 juntamente com uma música…
no one can love me the way that you do
yeah, i was the captain of my own ship of fools
i fled to the ocean, i aimed for the stars
so your face was a light that kept me saved from the dark
so i say please, say please
girl you see me smiling
girl i'm singing words of joy to the world
between the lines it's hidden in the smile
can't you hear a cry for love
i jumped to the water, i swam to the shore
turned up at your doorstep, i slept on your floor
i woke up in panic, i dreamt you were gone
you're gone, you're gone
i stood there in silence with the damaged i've done
but now it's done, it's done so
girl you see me smiling
girl i'm singing words of joy to the world
between the lines it's hidden in the smile
can't you hear a cry for love
i'll keep on smiling
girl i'll keep on playing my songs to the world
between the lines it's hidden in the smile
can't you hear a cry for love
a cry for love
a cry for love
a cry for love
girl you see me smiling
girl i'm singing words of joy to the world
between the lines it's hidden in the smile
can't you hear a cry for love
I'll keep on smiling
girl i'll keep on playing my songs to the world
between the lines it's hidden in the smile
can't you hear a cry for love
can't you see the smile
can't you hear a cry for love
it's hidden in the smile
can't you hear a cry for love
A Cry for love – David Fonseca

2 comentários:

Inês Viana disse...

Fico feliz por essas duas pessoas, a serio! =)
Sejam felizes!!

Bjs aos 2 :D**

Unknown disse...

Muitos parabens a esses dois:P.
abrç amigo e boa sorte para a visa