segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um pedacinho...

Segunda-feira. Assim que acordo lembro-me que tenho mais uma semana de trabalho pela frente. Mas encaro-a de modo diferente, de um modo muito mais alegre e bem-disposto. Todo este sentimento surgiu devido ao fim-de-semana e ao que se passou nele. Levanto-me, meto-me debaixo do chuveiro e faço a retrospectiva desses mesmos dias longe de tudo e todos a que estou habituado. Bem quase todos, e graças a Deus por isso. Nessa ação lembro-me dos momentos passados e de alguns pensamentos e conclusões. No final dessa retrospectiva sei que vim diferente. Diferente para melhor. Muito melhor. Se para lá fui com problemas na cabeça, regresso com soluções. Se para lá ia com raiva e vontade de conflitos com algumas pessoas, regresso tranquilo, em paz e perdão. Se para lá fui com dúvidas, eis que regresso com certezas. E certezas bem claras. É impressionante o efeito que um retiro desta forma nos faz. É algo que não é instantâneo mas sim gradual, um gradual suave e bom que vamos sentindo á medida que o tempo passa. E o tempo, essa figura ágil que não pára um segundo, passa num instante sem darmos conta porque estamos a viver algo que é tão pacificador que deixamos de ter essa noção do tempo. Atrás do volante enquanto conduzo, olho para as outras pessoas que vão a meu lado nesta "imigração" diária. Consigo ver as suas caras sonolentas de tédio enquanto pensam na semana que têem pela frente. Não conseguem esconder isso devido á linguagem do corpo. É fácil perceber isso. Enquanto olho para elas penso no quão de bom seria se todos se sentissem como eu. Faria bem a todos especialmente a elas próprias, a cada uma. E é aí que me sinto um previligiado, um escolhido, eleito por alguém que me ama sem condições, e como isso sabe bem. Quando chego ao trabalho sou uma pessoa diferente. Muito diferente daquela que saiu por aquela mesma porta na sexta-feira passada. E que diferente. Talvez seja uma diferença de pouca duração, é uma hipótese, mas mesmo assim é uma diferença. Venho em paz. Em paz comigo mesmo e com os que me rodeiam. E se ali é onde há mais pessoas que me tiram a paz, neste momento não sinto isso. Sinto que tudo está bem, e onde deve de estar. Sinto tudo em paz á minha volta. E que bom que é sentir-me em paz, calmo e transmitir isso a quem nos rodeia. Tudo isto, como foi dito nesses mesmos dias, não têm preço. É algo que não se consegue pagar ou comprar. Adquire-se com experiências, convívios, diálogos e transmissões de vivências de toda a espécie. É bom sair da rotina quando estamos completamente envolvidos nela. É bom sair do inferno em que se torna o nosso dia-a-dia e tocar o céu em momentos particulares como o que vivi.
"...o céu ou o inferno começa já aqui na terra, cabe-te a ti decidir..."

1 comentário:

Anónimo disse...

"Paz" é certamente, pelo menos para mim, a palavra-chave do f-d-s!Somos uns privilegiados por tal oportunidade..fui resgatada num momento importante da minha vida, e tal como tu, a raiva, a tristeza,o desânimo para com a vida, transformou-se em paz. É um recarregar de baterias que, dure ou não muito tempo, surgiu e valeu a pena!

By...quase que futura cunhada;)